martes, 22 de enero de 2008

Iglesia del Brasil comparte la Esperanza

Mons. Revdo. Nelson Magalhães da Costa Filho+
Obispo Diócesano del Brasil
Amor Franciscano
(Leonardo Boff) 28/09/2007:
Quem diria que um homem que viveu há mais de 800 anos viesse a ser referência fundamental para todos aqueles que procuram um novo acordo com a natureza e que sonham com uma confraternização universal? Este é Francisco de Assis (+1226), proclamado patrono da ecologia. Nele encontramos valores que perdemos como o encantamento face ao esplendor da natureza, a reverência diante de cada ser, a cortesia para com cada pessoa e o sentimento de irmandade com cada ser da criação, com o sol e a lua, com o lobo feroz e o hanseniano que ele abraça enternecido. Francisco realizou uma síntese feliz entre a ecologia exterior (meio ambiente) e a ecologia interior (pacificação interior) a ponto de se transformar no arquétipo de um humanismo terno e fraterno, capaz de acolher todas as diferenças. Como asseverou Hermann Hesse:"Francisco casou em seu coração o céu com a terra e inflamou com a brasa da vida eterna nosso mundo terreno e mortal". A humanidade pode se orgulhar de ter produzido semlhante figura histórica e universal. Ele é o novo, nós somos o velho.O fascínio que exerceu desde seu tempo até os dias de hoje se deve ao resgate que fez dos direitos do coração, à centralidade que conferiu ao sentimento e à ternura que introduziu nas relações humanas e cósmicas. Não sem razão, em seus escritos a palavra "coração" ocorre 42 vezes sobre uma de "inteligência", "amor" 23 vezes sobre 12 de "verdade", "misericórdia" 26 vezes sobre uma de "inteleto". Era o "irmão-sempre-alegre" como o alcunhavam seus confrades. Por esta razão, deixa para trás o cristianismo severo dos penitentes do deserto, o cristianismo litúrgico monacal, o cristianismo hierático e formal dos palácios pontifícios e das cúrias clericais, o cristianismo sofisticado da cultura livresca da teologia escolástica. Nele emerge um cristianismo de jovialidade e canto, de paixão e dança, de coração e poesia. Ele preservou a inocência como claridade infantil na idade adulta que devolve frescor, pureza e encantamento à penosa existência nesta terra. Nele as pessoas não comparecem como "filhos e filhas da necessidade, mas como filhos e filhas da alegria" (G. Bachelard). Aqui se encontra a relevância inegável do modo de ser do Poverello de Assis para o espírito ecológico de nosso tempo, carente de encantamento e de magia. Estando certa vez, no dia 4 de outubro, festa do Santo, em Assis, naquela minúscula cidade branca ao pé do monte Subásio, celebrei o amor franciscano com o seguinte soneto que me atrevo a publicar:Abraçar cada ser, fazer-se irmã e irmão,Ouvir a cantiga do pássaro na rama,Auscultar em tudo um coraçãoQue pulsa na pedra e até na lama,Saber que tudo vale e nada é em vãoE que se pode amar mesmo quem não ama,Encher-se de ternura e compaixãoPelo bichinho que por ajuda clama, Conversar até com o fero loboE conviver e beijar o leprosoE, para alegrar, fazer-se de joão-bobo,Sentir-se da pobreza o esposoE derramar afeto por todo o globo:Eis o amor franciscano: oh supremo gozo!

Fonte:
WWW.LEONARDOBOFF.COM

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Os 80 anos de Fidel: confidências
O que vou publicar aqui vai irritar ou escandalizar os que não gostam de Cuba ou de Fidel Castro. Não me importo com isso. Se não vês o brilho da estrela na noite escura, a culpa não é da estrela mas de ti mesmo.
Em 1985 o então Card. Joseph Ratzinger me submeteu, por causa do livro "Igreja: carisma e poder", a um "silêncio obsequioso". Acolhi a sentença, deixando de dar aulas, de escrever e de falar publicamente. Meses após fui surpreendido com um convite do Comandante Fidel Castro, pedindo-me passar 15 dias com ele na Ilha, durante o tempo de suas férias. Aceitei imediatamente pois via a oportunidade de retomar diálogos críticos que junto com Frei Betto havímos entabulado anteriormente e por várias vezes.
Demandei a Cuba. Apresentei-me ao Comandante. Ele imediatamente, à minha frente, telefonou para o Núncio Apostólico com o qual mantinha relações cordiais e disse:"Eminência, aqui está o Fray Boff; ele será meu hóspede por 15 dias; como sou disciplinado, não permitirei que fale com ninguém nem dê entrevistas, pois assim observerá o que o Vaticano quer dele: o silêncio obsequioso. Ei vou zelar por essa observância". Pois assim aconteceu.
Durante 15 dias seja de carro, seja de avião. seja de barco me mostrou toda a Ilha. Simultaneamente durante a viagem, corria a conversa, na maior liberdade, sobre mil assuntos de política, de religião, de ciência, de marxismo, de revolução e também críticas sobre o deficit de democracia.
As noites eram dedicadas a um longo jantar seguido de conversas sérias que iam madrugada a dentro, às vezes até às 6.00 da manhã. Então se levantava, se estirava um pouco e dizia:"agora vou nadar uns 40 minutos e depois vou trabalhar". Eu ia anotar os conteúdos e depois, sonso, dormia.
Alguns pontos daquele convívio me parecem relevantes. Primeiro, a pessoa de Fidel. Ela é maior que a Ilha. Seu marxismo é antes ético que político: como fazer justiça aos pobres? Em seguida, seu bom conhecimento da teologia da libertação. Lera uma motanha de livros, todos anotados, com listas de termos e de dúvidas que tirava a limpo comigo. Cheguei a dizer: "se o Card. Ratzinger entendesse metade do que o Sr. entende de teologia da libertação, bem diferente seria meu destino pessoal e o futuro desta teologia". Foi nesse contexto que confessou: "Mais e mais estou convencido de que nenhuma revolução latino-americana será verdadeira, popular e truinfante se não incorporar o elemento religioso". Talvez por causa desta convicção que praticamente nos obrigou a mim e ao Frei Betto a darmos sucessivos cursos de religião e de cristianismo a todo o segundo escalão do Governo e, em alguns momentos, com todos os ministros presentes. Esses verdadeiros cursos foram decisivos para o Governo chegar a um diálogo e a uma certa "reconciliação" com a Igreja Católica e demais religiões em Cuba. Por fim uma confissão sua: "Fui interno dos jesuitas por vários anos; eles me deram disciplina mas não me ensinaram a pensar. Na prisão, lendo Marx, aprendi a pensar. Por causa da pressão norte-americana tive que me aproximar da União Soviética. Mas se tivesse na época uma teologia da libertação, eu seguramente a teria abraçado e aplicado em Cuba." E arrematou:"Se um dia eu voltar à fé da infância, será pelas mãos de Fray Betto e de Fray Boff que retornarei". Chegamos a momentos de tanta sintonia que só faltava rezarmos juntos o Pai-Nosso.
Eu havia escrito 4 grossos cadernos sobre nossos díálogos. Assaltaram meu carro no Rio e levaram tudo. O livro imaginado jamais poderá ser escrito. Mas guardo a memória de uma experiência iniqualável de um chefe de Estado preocupado com a dignidade e o futuro dos pobres.

Leonardo Boff e autor de Virtudes para um outro mundo possivel (três tomos) pela Vozes de Petrópolis.


Principio Tierra


Leonardo Boff


16 de Enero 2008


Nunca se había hablado tanto de la Tierra como en los últimos tiempos. Hasta parecería que la Tierra acabara de ser descubierta. Los seres humanos han hecho un sinnúmero de descubrimientos, pueblos indígenas escondidos en las selvas remotas, seres nuevos de la naturaleza, tierras distantes y continentes enteros. Pero la Tierra nunca fue objeto de descubrimiento. Fue necesario que saliésemos de ella y la viésemos desde fuera para descubrirla como Tierra y Casa Común.Eso ocurrió a partir de los años 60 con los viajes espaciales. Los astronautas nos revelaron imágenes antes nunca vistas. Usaron expresiones conmovedoras como «la Tierra parece un árbol de navidad colgado en el fondo azul del universo», «es bellísima, resplandeciente, azul y blanca», «cabe en la palma de mi mano y puedo taparla con mi pulgar». Otros tuvieron sentimientos de veneración y de gratitud y rezaron. Todos regresaron con un renovado amor por la buena y vieja Tierra, nuestra Madre.Esta imagen del globo terrestre visto desde el espacio exterior, divulgada diariamente por las televisiones del mundo entero, suscita en nosotros un sentimiento de sacralidad y está creando un nuevo estado de conciencia. En la perspectiva de los astronautas, desde del cosmos, Tierra y Humanidad forman una única entidad. Nosotros no vivimos solamente sobre la Tierra. Somos la propia Tierra que siente, piensa, ama, sueña, venera y cuida.Pero en los últimos tiempos se han anunciado graves amenazas que pesan sobre la totalidad de nuestra Tierra. Los datos publicados el 2 de febrero que culminaron el día 17 de noviembre de 2007, por el organismo de la ONU, el Panel Intergubernamental sobre el Cambio Climático, junto con los impasses recientes de Bali nos indican que ya entramos en la fase del calentamiento global con cambios abruptos e irreversibles. El calentamiento puede variar de 1,4 a 6 grados centígrados dependiendo de las regiones terrestres. Los cambios climáticos son de origen antrópico, es decir, su principal causante es el ser humano que ha dado vida a un proceso industrial salvaje.Si no se hace nada, iremos al encuentro de lo peor y millones de seres humanos podrán dejar de existir sobre el planeta.Como hemos destruido irresponsablemente, ahora debemos regenerar urgentemente. La salvación de la Tierra no caerá del cielo. Será fruto de la nueva corresponsabilidad y del renovado cuidado de toda la familia humana.Dada esta situación nueva, la Tierra se ha vuelto, de hecho, el oscuro y gran objeto del cuidado y del amor humano. No es el centro físico del universo como pensaban los antiguos, pero se ha vuelto en los últimos tiempos el centro afectivo de la humanidad. Sólo tenemos este planeta para nosotros. Desde aquí contemplamos todo el universo. Aquí trabajamos, amamos, lloramos, esperamos, soñamos y veneramos. A partir de la Tierra hacemos la gran travesía rumbo al más allá.Lentamente estamos descubriendo que el valor supremo es asegurar la pervivencia del planeta Tierra y garantizar las condiciones ecológicas y espirituales para que la especie humana se realice y toda la comunidad de vida se perpetúe.En razón de esta nueva conciencia hablamos del principio-Tierra. Es el fundamento de una nueva radicalidad. Cada saber, cada institución, cada religión y cada persona debe plantearse esta pregunta: ¿Qué hago yo para preservar la matria común y garantizar que tenga futuro dado que viene siendo construida desde hace 4.300 millones de años y merece seguir existiendo?Porque somos Tierra no habrá para nosotros cielo sin Tierra.

Leonardo Boff


(1938- ) Es uno de los principales teóricos de la teología de la liberación. Doctor Honoris Causa en Política por la Universidad de Turín (Italia) y en Teología por la Universidad de Lund (Suiza), y ha sido galardonado con varios premios en Brasil y en el exterior por su lucha a favor de los débiles, oprimidos y marginados, y de los Derechos Humanos. El 8 de diciembre del 2001 le fue otorgado en Estocolmo el Right Livelihood Award, conocido también como el Nóbel Alternativo. Nació en Concórdia (estado de Santa Catarina) y, desde que cursaba estudios secundarios, comenzó a mostrar su vocación religiosa. Realizó estudios especializados de Espiritualidad Franciscana. Estudió en la Facultad de Teología de los franciscanos, en Petrópolis (estado de Río de Janeiro), y en 1970 se doctoró en Filosofía y Teología en las universidades de Würzburgo (Alemania) y Oxford (Gran Bretaña). En 1980 recibió el título de doctor en Filosofía de la Religión, por su “notorio saber”, por el Instituto de Filosofía y Ciencias Sociales de la Universidad Federal de Río de Janeiro. Su actividad religiosa, en defensa de la teología de la liberación y por la causa de las clases menos favorecidas de la sociedad, no fue bien acogida por la Iglesia católica e incluso fue condenado al silencio público por el papa Juan Pablo II. Abandonó el sacerdocio y contrajo matrimonio, pero siguió fiel a su lucha: difundir la teología de la liberación y defender a los sectores sociales marginados. Entre 1970 y 1973, se volcó en el ejercicio de la actividad académica e impartió clases, en calidad de profesor titular de Teología Fundamental, Sistemática y Ecumenismo, en el Instituto Filosófico y Teológico Franciscano de Petrópolis. En esta misma ciudad enseñó Teología espiritual y franciscanismo, en el Centro de Estudios Franciscanos y Pastorales para América Latina (CEFEPAL). Entre 1970 y 1983, fue asesor teológico de la Conferencia de los Obispos de Brasil (CNBB) y del Instituto Nacional de Pastoral (INP). Hasta 1982 asesoró a la Confederación Latinoamericana de Religiosos (CLAR), en Bogotá (Colombia). Sus actividades fueron intensas, sobre todo como profesor y organizador de seminarios de teología y como redactor de la revista internacional Concilium (en los Países Bajos), entre otros trabajos de esta naturaleza. Entre 1971 y 1997, ha participado en congresos nacionales e internacionales en América Latina, Estados Unidos, Canadá, China, Lituania, Rusia, y ha escrito numerosas obras sobre la teología de la
liberación.